O Núcleo de Demografia Histórica do Gabinete de estudos Olisiponenses (CML) publicou um artigo no nº 3 da Revista CEM / Cultura, Espaço & Memória editada pelo CITCEM - Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» da Faculdade de Letras da UP, intitulado "Os Escravos na Lisboa Joanina".

Após um período inicial de grande intensidade que começou no séc. XV, a continuidade do tráfico negreiro e a reprodução natural asseguraram que o grupo da população escrava se mantivesse numeroso nos séculos XVII e XVIII, pelo menos até à promulgação das leis pombalinas de restrição ao tráfico negreiro, iniciadas em 1751 e a lei do ventre livre de 1773.

Os africanos constituíam a maioria, mas este era um grupo social muito heterogéneo, com origens étnicas, geográficas, religiosas e características antropológicas muito diversas, incorporando sob a mesma designação e condição negros, mestiços, índios do Brasil, indianos, mouros, chineses, turcos, segundo as denominações que constam nos registos paroquiais de Lisboa.

Num estudo mais recente que será também editado online na revista CEM pela FL da UP, foi possível apurar que cerca de 20% dos escravos identificados numa amostra de cerca de 1000 indivíduos de diversas freguesias de Lisboa na primeira metade do século XVIII, eram negros e mestiços nascidos na cidade. Os não naturais mais abundantes eram provenientes das regiões do Congo e do Reino de Angola, sobretudo dos portos de Luanda, Cabinda e Benguela que desde o século XVI foram as principais fontes de abastecimento ao tráfico atlântico. Seguiam-se os naturais da Costa da Mina (do Benim e Daomé) e do Golfo da Guiné, das etnias e grupos linguísticos dos Minas, Nagôs, Iorubas, entre outros. A restante população escrava de Lisboa provinha de mais de uma dezena de destinos em África, Oriente e América.

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