Belém e Ajuda

Cabeça de Negro. Claustro do Mosteiro dos Jerónimos. 1516 (?). Fotografia de José Vicente, 2017
Mosteiro dos Jerónimos. Óleo s/ madeira. Filipe Lobo, 1657 (?). Museu Nacional de Arte Antiga
Mascarada Nupcial. Óleo s/ madeira. José Conrado Rosa, 1788. Musée du Noveau Monde, La Rochelle

O Mosteiro dos Jerónimos é o exemplo mais notável da arquitetura inspirada pelos Descobrimentos e integra na sua decoração figurativa, c. de 1516, o perfil de um negro, o que testemunha não apenas o exotismo do tema mas também a crescente importância dos escravos africanos no quotidiano de Lisboa.

Há em Lisboa muitíssimos homens e marinheiros que se empregam nesta navegação para a Etiópia e é verdadeiramente extraordinária a quantidade de escravos negros e acobreados que nessa cidade existem.

Itinerarium Hispanicum Hieronymi monetarii. Hieronymus Münzer, 1494.

CENÁRIOS DO QUOTIDIANO EM BELÉM (1657 e 1756)

Em meados do século XVII, uma vendedora negra de saia vermelha foi representada a passar junto ao Mosteiro dos Jerónimos. Nesta época, já era uma figura típica de Lisboa.

A CORTE EXÓTICA DE D. MARIA I (1777)

À semelhança de outras cortes europeias em finais do século XVIII, o gosto pelo exotismo e pelo excêntrico também distinguiu a corte de D. Maria I. Vistos como raridades, numa época em que já fora abolido o tráfico de escravos para a metrópole, os escravos exóticos da rainha animaram os serões do palácio de Belém, ficando esta pequena corte imortalizada na pintura de José Conrado Rosa, de 1788.


[...] a anã preta favorita, trajando uma flamante amazona escarlate […] estava mais sentimental, encostada à porta, olhando de través e namoriscando um belo mouro.                          

A Corte da Rainha D. Maria I. Correspondência de W. Beckford, 1901.

A AJUDA NA 2ª METADE DO SÉCULO XVIII

Após o terramoto de 1755, a freguesia da Ajuda assistiu a um grande desenvolvimento populacional, sendo igualmente marcante a presença de escravos. A exemplo disso, a casa do Conde da Ribeira, que após a destruição do palácio aos Mártires se alojou numa quinta da Junqueira, tinha na sua composição 19 dos 365 escravos que habitavam a Ajuda em 1756.

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