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A monumentalidade de um chafariz no termo da cidade - Santo António da Convalescença, da Convalescença ou das Águas Boas.

O imponente arranjo arquitetónico do Chafariz de Santo António da Convalescença está implantado no sítio primitivamente conhecido por Cruz da Pedra. Faz gaveto entre a Estrada de Benfica e a Travessa das Águas Boas e situa-se quase em frente à fachada principal do antigo Convento de Santo António da Convalescença.

 

Conhecido também, e primeiramente, por Chafariz das Águas Boas pela proximidade da Travessa das Águas Boas que segundo Pastor de Macedo existia em virtude da Quinta das Águas Boas à Cruz da Pedra e de que há referência em 1573, 1684 e 1738. Esta secular travessa começa junto ao chafariz na Estrada de Benfica e termina no início da Estrada da Luz. Das qualidades da sua água antes da construção do aqueduto não temos registo mas apenas a indicação pelo topónimo que teria água a que a população reconhecia qualidades.

 

O Chafariz da Convalescença teve ordem de edificação ainda no século XVIII, estaria quase terminado no ano de 1817 quando foi inaugurado. Teve o custo de 18.961$423 réis e recebia água pelo encanamento que partia do Chafariz de São Domingos de Benfica e que passava por baixo da calçada ao correr do muro da Quinta da Infanta D. Isabel Maria. A 13 de maio de 1818, saiu a autorização para a construção da fonte embora já corresse água no Chafariz da Convalescença. Em 1849 foi substituído e alterado todo o percurso da canalização.

 

Em 1791, Joaquim Pedro Quintela, Conde de Farrobo, dirigiu a D. Maria I uma exposição por haver falta de água nas Laranjeiras e a 12 Dezembro uma provisão régia determinou a exploração, aquisição de terrenos e construção dos sistemas de canalização para as Laranjeiras e para a Convalescença tendo por fim o benefício da população. Esta provisão de D. Maria I ordenava aos directores da Real Obra das Águas Livres que realizassem um estudo sobre nascentes e trabalhos inerentes à condução das águas. Há muito que a população local aspirava por esta medida de tal forma que já tinha, por variadas vezes, solicitado à Direcção das Obras que fosse construído no local um chafariz. Tendo sugerido que no caso de não se encontrar nenhuma fonte de água próxima com caudal suficiente para o abastecer fosse feita uma derivação do Aqueduto das Águas Livres.

 

Diz-nos Velloso d’Andrade, em 1851, que neste chafariz, abastecido com água do Aqueduto das Águas Livres, operavam 64 companhias de aguadeiros com os seus respectivos capatazes, o que envolvia cerca de 2100 aguadeiros, o que é revelador da sua importância em São Domingos de Benfica e áreas adjacentes.

 

O Chafariz da Convalescença é de ampla dimensão, inserido num espaço elíptico todo pavimentado com calçada portuguesa, onde seis frades de cantaria e guardas de ferro decoradas resguardam a área. De faustosa decoração, o Chafariz das Águas Boas é ladeado por dois painéis curvos de alvenaria com seis bancos de cantaria e tem no seu magnificente espaldar de elementos barrocos, como peça central, as reais armas de D. João VI, sobre a inscrição "REAL OBRA DE AGOAS LIVRES ANNO DE 1817", rematado por uma arca de água única para onde vertiam duas bicas, com torneiras de bronze, envoltas em um laço e drapeados.

 

O Chafariz de Santo António da Convalescença é uma grandiosa fonte, sem água corrente, obra do século XIX, fruto da insistência da população que para lá do abastecimento de água pretendia com a boa utilização das suas águas, em muito, melhorar o seu bem-estar. A par de crenças populares, das águas termais e de usufruir da água para diversos fins a população de Lisboa passou séculos e saber, de geração em geração, a integrar a utilização da água dos chafarizes da cidade nas suas quotidianas vivências.

 

 

Legendas:

 

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O imponente arranjo arquitectónico do Chafariz da Convalescença está implantado no sítio primitivamente conhecido por Cruz da Pedra. Faz gaveto entre a Estrada de Benfica e a Travessa das Águas Boas e situa-se quase em frente à fachada principal do antigo Convento de Santo António da Convalescença.

É uma grandiosa fonte, sem água corrente, obra do século XIX, fruto da insistência da população que muito além do abastecimento de água pretendia com a boa utilização das suas águas, em muito, melhorar o seu bem-estar. A par de crenças populares, das águas termais e de usufruir da água para diversos fins a população de Lisboa passou séculos e saber, de geração em geração, a integrar a utilização da água dos chafarizes da cidade nas suas quotidianas vivências.

Gravura de Luís Gonzaga Pereira. Cota GEO: MNL_98-G-P-1-Nº4

 

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Conhecido por Chafariz das Águas Boas pela proximidade da Travessa das Águas Boas, que, segundo Pastor de Macedo, existia em virtude da Quinta das Águas Boas à Cruz da Pedra e de que há referência em 1573, 1684 e 1738. Esta secular travessa começa junto ao chafariz na Estrada de Benfica e termina no início da Estrada da Luz. Das qualidades da sua água antes da construção do aqueduto não temos registo mas apenas a indicação pelo topónimo que teria água a que a população reconhecia qualidades.

Pormenor da planta referente à: Travessa das Águas Boas (linha encarnada); Estrada de Benfica (circulo cor de rosa), Quinta de Santo António da Convalescença (sublinhado azul) e implantação do Chafariz das Águas Boas ou de Santo António da Convalescença na confluência da Travessa das Águas Boas com a estrada de Benfica (circulo amarelo).

Planta do levantamento topográfico de Lisboa de 1904-1911

executada por Júlio António Vieira da Silva Pinto (1860-19-?) e Alberto de Sá Correia (1874-1937), agente técnico de engenharia, entre 1908 e 1910).

Código de referência: PT/AMLSB/CMLSB/UROB-PU/05/03/138

 

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O Chafariz da Convalescença é de ampla dimensão, inserido num espaço elíptico todo pavimentado com calçada portuguesa, onde seis frades de cantaria e guardas de ferro decoradas resguardam a área. De faustosa decoração, o Chafariz das Águas Boas é ladeado por dois painéis curvos de alvenaria com seis bancos de cantaria e tem no seu magnificente espaldar de elementos barrocos, como peça central, as reais armas de D. João VI, sobre a inscrição "REAL OBRA DE AGOAS LIVRES ANNO DE 1817", que termina numa arca de água única para onde vertiam duas bicas, com torneiras de bronze, envoltas em um laço e drapeados.

Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose do fotógrafo Arnaldo Madureira.

Código de Referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/ARM/000537

 

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Depois de edificado o aqueduto e de se terem recuperado fontes e bicas que abasteciam zonas específicas da cidade houve lugar à construção de monumentais e grandiosos chafarizes, mesmo já no início do século XIX.

O Chafariz da Convalescença teve ordem de edificação ainda no século XVIII, só terá sido terminado em 1817 e inaugurado no ano seguinte. A 12 Dezembro de 1791, uma provisão régia de D. Maria I determinou a exploração, aquisição de terrenos e construção dos sistemas de canalização para as Laranjeiras e para a Convalescença tendo por fim o benefício da população.

Fotografia da autoria de Amândio Maia Serôndio (1907-1978) no ano de 1968.

Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose.

Código de referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/SER/S05344

 

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Frente ao chafariz está o convento que lhe deu o nome, fundado em 1640, e edificado no então local da Cruz da Pedra.

Estes religiosos dedicavam-se a tratar outros quer na área dedicada a hospício de religiosos quer como refúgio de convalescença de religiosos após os tratamentos na enfermaria do Convento de Santo António dos Capuchos. Extinto em 1834 foi então sede de vários estabelecimentos de ensino.

Fotografia não datada de Eduardo Portugal (1900-1958) do edifício do Convento de Santo António da Convalescença.

Código de referência: PT/AMLSB/POR/060335

 

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