Casas de Tintas da Baixa e do Chiado

As fábricas de tintas e unidades comerciais que as distribuem, remontam em Portugal  a   finais  do  século  XIX.   Fabricadas  inicialmente  para  decoração, foram-se utilizando pouco a pouco, para além desta aplicação, como isolantes e protectores tanto na construção como na indústria metalomecânica.  

Essas fábricas, normalmente de pequena dimensão, estabeleceram-se ao longo do litoral e maioritariamente na região norte do país, sobretudo na região do Porto e de Aveiro. Lisboa surgia, no fim do século XX, entre as duas cidades (a nível percentual) com um conjunto modesto, cerca de 30 unidades, de fabrico e comercialização de tintas.

 Nesta área existem hoje apenas três lojas de tintas e vernizes, sendo que cada uma delas tem características próprias. Acabam quase por ser únicas entre pares. Uma das lojas é uma pequena loja de fábrica, dedicada a vender os produtos fabricados pelo grupo empresarial em que está inserida, a Marilina na rua de São Paulo; outra, é uma loja “especial” de tintas porque comercializa exclusivamente tintas para a indústria gráfica – Barata & Caprichoso, no Chiado. Já a Coriprel, no Lg. da Madalena, é revendedora de todas as marcas de tintas. Mas esta zona da cidade já foi mais propícia ao negócio de tintas e chegou a ter, segundo testemunhos das actuais casas de tintas, o dobro das lojas, isto até meados dos anos 90. Quanto  à justificação das respectivas localizações, as tintas Marilina abriram a loja na rua de São Paulo porque ali era o local de aprovisionamento de empreiteiros e construtores civis, visto que nesta rua se situavam lojas de ferragens, loiças sanitárias, cozinhas, electrodomésticos, etc.. A Coriprel, evoluiu de uma drogaria fundada na Baixa pela comunidade galega que no início do século XX ocupou esta zona com o negócio da hotelaria e restauração, funcionando a drogaria como um complemento. Quanto à Barata & Caprichoso, vocacionada para o negócio de tintas para gráficas, torna-se fácil perceber a sua instalação no Chiado se atentarmos a que as grandes gráficas de Lisboa, na altura, encontravam-se implementadas aí e no Bairro-Alto.

                                                                                                                Paulo Francisco (ISCTE-IUL)

Levantamento das casas de tintas de Baixa e do Chiado (descarregar PDF)

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