Alfarrabistas e Livreiros Antiquários da Baixa e do Chiado

Etimologicamente, de Alfarabi, filósofo de Bagdade, alfarrabista é o que manuseia ou comercializa alfarrábios, livros antigos ou usados.

O livreiro-antiquário é onde encontramos livros antigos fora de circulação, raros ou primeiras edições. De certo modo é o depositário onde vendemos os que já não nos interessam e onde compramos algum que já saiu de circulação. É um conselheiro e orientador na busca duma obra ou sobre um assunto. Sendo um comércio dum homem só, geralmente um conhecedor ou erudito, mais amante do que comerciante de livros, é o próprio dono que está à frente do estabelecimento. Estabelecimentos que se subdividem entre o comércio de antiguidades ou raridades bibliográficas (primeiras edições, obras autografadas pelos autores ou com dedicatória, etc.) e o comércio de livros usados, de recente edição mas esgotados ou fora de circuito de 1ª venda.

Nas últimas décadas associou-se ao livreiro antiquário o negócio de gravuras, mapas e cartazes antigos, em original, reprodução ou edição fac-similada, e alguns especializando-se mesmo por épocas, autores, correntes artístico-literárias ou temas. Mais recentemente, de permeio com as antiguidades e as obras de arte, os livros e gravuras antigas entraram também nos leilões. Mais recentemente ainda, a compra e venda de postais, cartas, manuscritos e fotografias, tem vindo a associar-se a alguns livreiros antiquários.

No tempo, até ao último quartel do séc. XX, ficaram os vendedores de livros e revistas usados e muito gastos que se encontrava amiúde na cidade, em vãos de porta, quiosques ou arcadas, a que muitos recorriam num compra-e-venda sucessivo para ler sem muito despender.

Foi uma das corporações mais antigas de Lisboa, com muita influência até ao século XIX. Em 2003 a Confraria de Santa Catarina do Monte Sinai da Corporação dos Livreiros animada por alguns editores e livreiros, num acto refundador do espírito de classe e de restituição patrimonial, reconduziu a imagem da sua padroeira à sua Igreja na Cçª do Combro, donde saíra há cerca de um século. Este evento teve tanto mais simbolismo quanto não só a Santa é também padroeira da paróquia, como nesta freguesia - de Santa Catarina - e na do Sacramento é onde se localizam grande parte dos alfarrabistas e livreiros de Lisboa. Bairro, profissão e religião estiveram intimamente ligados ao longo do tempo. Com efeito, dos quarenta e dois alfarrabistas inscritos nas “páginas amarelas”, vinte e oito situam-se no Chiado, mormente na Trindade, Calhariz e rua do Alecrim.

Guilherme Pereira

Levantamento dos Alfarrabistas e Livreiros Antiquários da Baixa e do Chiado  (descarregar PDF)

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