Este é o tipo de actividade que só se encontra nas cidades capitais: emblema, símbolo de poder ou prestígio, servindo instituições públicas, empresas, embaixadas, eventos internacionais ou atendendo à sinalética da Marinha mercante e de recreio, é aqui na capital e porto que este tipo de artigo pode existir. Mas de todo o país e até das ex-colónias ou dos núcleos da emigração, se vem encomendar algum estandarte, pendão ou bandeira, para uma sociedade filarmónica, misericórdia, confraria, autarquia ou clube desportivo. E a procura também tem variado ao longo das últimas décadas: se antes eram mais as colectividades, institutos públicos ou municípios, agora também são as freguesias, as empresas, os partidos e as escolas a quererem o seu emblema ou insígnia. E estas 3 casas, apoiadas em desenhadores e especialistas em heráldica, propõem um desenho caso o cliente não traga já um.

E o prolongamento da bandeira para a publicidade e a propaganda mediática em geral é evidente. Arte muito antiga, que servia directamente a representação dos poderes militares, nobiliárquicos e religiosos, nos sécs. XIX e XX generalizou-se e passou a identificar entidades públicas e privadas, pessoas colectivas. Mas como sempre, serve de emblema de causas, agita multidões, aglutina grupos e ornamenta edifícios, avenidas, em ocasiões festivas e não só. É um oficio que vem da costura artística, do bordado – primeiro conventual, depois artesanal - agora já recorrendo à impressão em série, mas ainda servido por costureiras de profissão.

Antes alguns foram um negócio muito especializado, associado num caso ou noutro aos fardamentos militares e para-militares. Hoje é sensível o associar desta actividade à parafernália académica e desportiva, sobretudo dos grandes clubes.

Guilherme Pereira

Levantamento das Casas de Bandeiras da Baixa e do Chiado (descarregar PDF)