São as 2 únicas casas que subsistem nesta zona que forneceram os fabricantes de sapatos, de malas e as correarias, bem como os sapateiros, hoje também já poucos: são as últimas representantes dum património comercial, de práticas, usos e funcionalidades de outros tempos. Mas mesmo antes da presente concorrência dos sapatos importados por tuta-e-meia, já o fabrico e conserto artesanal, ou mesmo doméstico de sapatos, botas e sandálias, havia caído em desuso nos hábitos dos lisboetas, quando muita gente ao longo do séc. XX, que não só os sapateiros de profissão, punham as suas meias solas em casa ou arranjavam os saltos dos sapatos da mulher ou filhas…Outros tempos, outros costumes: hoje, com a importação massiva para todos os gostos, o sapato tende a ser descartável, sem ir a reparar! Mas também as malas e sacos, já não são em pele ou couro, mas em fibras sintéticas. Mudam-se os tempos, mudam-se as modas e os materiais!

Guilherme Pereira

Levantamento das Casas de Solas, Couros e Cabedais da Baixa e Chiado (descarregar PDF)