Filatelia, Numismática e Coleccionismo da Baixa e do Chiado
O coleccionismo é uma actividade que se pauta por uma enorme reserva e discrição que se tem entre os seus pares bem como entre os comerciantes. O coleccionador pode chegar a ter um comportamento obsessivo/compulsivo e chega quase ao impossível para ter aquela peça. Não obstante, as colecções foram a base patrimonial de muitos museus nacionais e regionais. Sem elas a história nas suas várias facetas seria difícil ou impossível de se construir. Temos na origem da muitas das colecções o simples juntar de peças. Passa-se muitas vezes para a colecção generalista e/ou conjunto de colecções (é normal alguém fazer colecção de selos, moedas, postais e pacotes de açúcar) para depois se passar para a especialização com ou sem enormes conhecimentos sobre o objecto que se colecciona. É nesta fase que se começa a investir em peças de valores cada vez mais elevados porque raros. A troca de peças entre coleccionadores é possível e desejável embora por vezes o coleccionador se sinta um pouco mais exposto nesta vertente.
Nos últimos anos têm surgido colecções valiosas que aparecem em meia-dúzia de anos mas que têm o fito de se rentabilizarem graças à publicação e publicitação de peças.
O verdadeiro coleccionador ou, se preferirmos, o bom coleccionador, tende a mostrar-se pouco e a ser muito discreto com a sua colecção. Os contactos entre coleccionadores efectuam-se por vezes com recurso a amigos comuns que apresentam os coleccionadores entre si ou o comerciante e o coleccionador. Dado que é um meio restrito não aparecem muitos oportunistas no meio pelo que acontecem poucas fraudes dado que a primeira vigarice que se faça será a última. Os comerciantes ainda apresentam as lojas de feição mais tradicionalista dadas as colecções que se conhecem em Portugal e o número reduzido de coleccionadores. Não obstante, estamos a assistir desde meados dos anos 90 do século passado a uma maior especialização, embora não comparável com o que se assiste em Paris, Berlim, Nova Iorque ou Londres. Mas Lisboa – a Baixa – têm um “centro” de todas as colecções: o nº 76 da Rua do Crucifixo com 7 das 18 casas existentes, um autêntico nicho de coleccionadores!
Ernesto Jana
Levantamento das Lojas de Coleccionismo da Baixa e Chiado (descarregar PDF)