Livrarias da Baixa e do Chiado

As livrarias da Baixa e do Chiado foram e são um lugar de culto para muitos lisboetas e locais de visita para nacionais e estrangeiros de visita a Lisboa. De culto pelo gosto da leitura e do livro e de culto pela atracção, referência que estas livrarias são: espaços de memória, pontos de encontro e de tertúlia que foram em diversas épocas, para diversos grupos ou para génios da nossa cultura – Herculano, Aquilino, Almada, Proença… Irmos a estas livrarias é sentirmo-nos mais perto deles! Algumas até entram na própria ficção da obra, como se a livraria se contivesse enquanto narrativa, cenário, no livro que vende: o livro como espelho da sua casa!

As livrarias desta área são das mais antigas da cidade, aqui quiçá o seu berço, mas não deixam de terem surgido e evoluído em várias épocas – do séc. XVIII ao XXI – o que prova a sua vitalidade, como espaço, como comércio e como cultura, associadas e em paralelo a outros sectores, alguns até próximos territorialmente – os jornais e as gráficas no Bairro Alto, o teatro, a ópera, a politica, os advogados, os magistrados e as profissões liberais, os cafés, os grémios, a boémia – todo um mundo de tantos actores, a passar pelas livrarias. Eventos e vernissages são outros tantos momentos de festa, atracção, para as livrarias pontuarem a sua rotina diária. As feiras do livro no Chiado são quando a rua se torna numa livraria aberta e única.

Tradição e modernidade cruzam-se e bem nas livrarias da Baixa e do Chiado. A maior parte delas já se renovou nos últimos 10, 15 anos, tendo umas optado por manter o mobiliário e decoração, outras por um equilíbrio entre o antigo e alguns elementos modernos e outras ainda por uma decoração actual, minimalista: estantes simples, muita luz, alguns cartazes em que se destaca o artigo mais-vendido ou em lançamento. Também na variedade de títulos oferecida se denotam diferenças e as que menos exemplares têm não deixam por isso de mandar vir se esgotado ou pouco procurado. O leitor notará também as especialidades de cada casa e tipos de obras oferecidos: livrarias generalistas, livrarias de obras de grande difusão, de obras de autor, livrarias jurídicas, técnicas, religiosa, especializadas em poesia, ensaio ou ficção e uma até em banda desenhada! Em termos de área não diferem muito, há excepção de uma grande superfície, que associa o livro ao disco e a multimédia.

Finalmente a ligação de algumas destas livrarias às editoras e/ou distribuidoras, não sendo nova, vem-se incrementando, sobretudo numa área nobre da capital em que o prestigio mais se reforça. Num país com numerosas edições, que atravessa uma reorganização do sector editorial, com mudanças de hábitos de leitura e de consumo cultural, que não deixaram de se reflectir na oferta livreira e na apresentação das livrarias. Afinal o Chiado e a Baixa sempre foram áreas de escritores e poetas, de amantes de livros e de artes, de tipografias e de editoras. Mas todas estas livrarias são hoje espaços agradáveis e cuidados, permanentemente a renovarem a sua oferta, que nada têm a ver com as livrarias-depósitos de livros de meados do séc. XX onde se passa pelo gosto de procurar e descobrir uma nova obra, um novo autor.        

Guilherme Pereira

Levantamento das Principais Livrarias da Baixa e Chiado (descarregar  PDF)

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